Fotografia: produção de Agô – exposição de Roberta Guimarães

No ano passado colaborei na realização de um lindo projeto: a exposição Agô, da fotógrafa Roberta Guimarães, com curadoria de Raul Lody e expografia de Isabela Faria. A abertura da mostra foi no Mês da Consciência Negra, ou seja, em novembro, na Estação Cabo Branco, em João Pessoa-PB, um equipamento cultural projetado por Oscar Niemeyer.

Estação Cabo Branco, João Pessoa-PB. Foto: Wikimedia Commons

Estação Cabo Branco, João Pessoa-PB. Foto: Wikimedia Commons

A mostra Agô, que significa “com licença” no idioma iorubá foi apresentada ao público com 30 imagens e 2 vídeos. Trata-se de um desdobramento de uma pesquisa realizada pela artista visual durante quatro anos em 12 terreiros e que resultou no livro ‘O sagrado, a pessoa e o orixá’ (160 páginas e centenas de imagens).

EXPÔ AGÔ Roberta Guimarães Xango Candomblé

Exposição Agô – Roberta Guimarães. Com fotografias, vídeos, som e aromas. De novembro 2015 a janeiro de 2016.

A publicação culminou em uma belíssima exposição de fotografias viabilizada através do edital de circulação do Fundo de Cultura de Pernambuco (Funcultura-Fundarpe). Minha participação foi desde a obtenção da carta de anuência do local de exposição até a pesquisa de produtos e serviços que viabilizassem a exposição realizada com apoio de Lúcia França, curadora do espaço.
Agô é uma mostra importante pelo recorte artístico que expõe o Candomblé e também pela tentativa de desconstruir preconceitos de religião e de gênero.

Em tempos sombrios de intolerância, a exposição traz o contexto do sagrado com abordagem estética que sensibiliza o expectador por meio de sons, imagens e aromas em um equipamento cultural cuja visitação se equilibra entre escolas e turistas que visitam a capital da Paraíba.

EXPÔ AGÔ Divulgação - Fotografias Roberta Guimarães

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A exposição sobre a cerimônias do Candomblé (denominado Xangô em algumas regiões do Nordeste) contribui para a educação do olhar abrindo novos horizontes à percepção da cultura africana e propõe um exercício para a suspensão dos preconceitos. Entre outros detalhes da cerimônia, a mostra Agô destaca que um orixá masculino pode se manifestar em uma filha de santo ou vice-versa. Imagens do vídeo Crossdressing mostra que no Candomblê (Xangô) não há barreiras em relação de gênero — o feminino e o masculino aparecem sem restrição a um sexo.

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Na abertura da mostra houve a participação de vários representantes de terreiros de Pernambuco e da Paraíba. E também recepção com tambores do Grupo Iyálodê e o coquetel incluiu comida votiva como axôxô, acarajé, aberem e abará.

A exposição Agô, de Roberta Guimarães, ficou em cartaz dois meses. Alcançou mais de 6500 mil assinaturas no livro de visitas. Uma experiência marcante para todos os envolvidos.

A exposição Agô, de Roberta Guimarães obteve 8 mil assinaturas.

A exposição Agô, de Roberta Guimarães obteve mais de 6.500 assinaturas.

Roberta Guimarães e o curador Raul Lody.

Roberta Guimarães e o curador Raul Lody

“Tive o primeiro contato com Sandra Vasconcelos na III Conferência Nacional de Cultura em 2014, em Brasília. Na ocasião participávamos das discussões para o setor de Artes Visuais do MinC. Depois tive o prazer de tê-la como produtora na minha exposição fotográfica  AGÔ, realizada em João Pessoa , na Estação Cabo Branco no  final de 2015 e início de 2016.  Mesmo distante; ela em João Pessoa e eu em Recife,  não houve problemas na condução da pré-produção e produção realizadas por ela. Aliás, tenho só elogios a fazer.
Além de providenciar o que foi necessário para realização da montagem da exposição, sugeriu ótimos profissionais para os serviços pertinentes ao evento, preocupou-se com a divulgação do evento, através da imprensa de João Pessoa, conseguiu cortesias para alimentação no Divina Itália e fez, com muito carinho, o convite a personalidades de João Pessoa  para prestigiar a abertura da exposição. Além da eficiência na condução do evento, Sandra fez tudo sempre com muito bom humor. ”
Roberta Guimarães

Pesquisa para o Dicionário de Artes Visuais da Paraíba

Como jornalista e produtora cultural realizei em 2014 alguns trabalhos bacanas. Um deles foi pesquisar nomes e atualizar dados para o artista, crítico e curador de arte Dyógenes Chaves, lançado em 2015.

Um trabalho lindo. Ele reuniu mais de 500 verbetes no Dicionário de ‪‎Artes Visuais‬ da Paraíba, entre artistas e instituições culturais paraibanas. A publicação foi lançada em oito de dezembro de 2015, às 19h, na Sala Vladimir Carvalho da Usina Cultural Energisa, em João Pessoa-PB. O projeto foi realizado após extensa pesquisa que buscou catalogar não só artistas, mas também profissionais envolvidos na cadeia produtiva das Artes Visuais.

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A proposta foi contemplada pelo Programa Petrobras Cultural 2012 no segmento “Preservação e Memória” e resultou em pesado livro e site. “Trata-se de um mapeamento dos artistas visuais paraibanos desde o século XIX até os dias atuais, englobando artistas plásticos, fotógrafos, designers, chargistas, quadrinistas, museólogos, arte-educadores, restauradores, produtores culturais, críticos de arte e coletivos artísticos”, diz o autor do projeto.

Foi uma honra trabalhar ao lado de Dyógenes Chaves na galeria Rede, em Manaíra, para divulgação deste importante documento para o Estado da Paraíba. Foi com muita emoção que recebi o meu Dicionário de Artes Visuais da Paraíba onde ele também indexou meu nome como jornalista e produtora cultural.

A matéria sobre o evento e publicação saiu em vários jornais locais como Correio da Paraíba, Jornal A União e Jornal da Paraíba.

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“Estimular a realização de projetos de interesse público e que contemplem a cultura brasileira em toda a sua diversidade étnica e regional; consolidar o trabalho de resgate, recuperação e organização do acervo material e imaterial da cultura brasileira; estimular a reflexão sobre a cultura e o pensamento brasileiros; e, contribuir para uma melhoria do quadro geral da cultura nacional e para a afirmação da cultura como direito social básico do cidadão se encontram entre os objetivos do Programa Petrobras Cultural”, conclui Dyogenes Chaves.

“DICIONÁRIO DAS ARTES VISUAIS NA PARAÍBA”
Dyógenes Chaves
Editora: 2OU4 | 324 páginas
Formato: 26 x 27,5 cm